O ex-presidente Jair Bolsonaro (esquerda) e seu ex-ministro da Justiça Anderson Torres (direita) durante lançamento do novo passaporte em junho de 2022 |
O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal (PF) apreenda o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro. A ordem faz parte da Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8) para investigar a existência de suposta organização criminosa que teria atuado numa tentativa de golpe de Estado.
Além de Bolsonaro, a operação também tem como alvo assessores diretos do ex-presidente, incluindo militares. A defesa de Bolsonaro confirmou a ordem de entrega do passaporte. O ex-presidente está em Angra dos Reis (RJ) e, a partir da determinação do ministro Alexandre de Moraes, fica proibido de fazer contato com demais investigados na operação.
A operação é deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ter fechado acordo de colaboração premiada junto a investigadores da PF. Nesta quinta, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva.
As medidas judiciais estão sendo cumpridas nos seguintes estados: Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás, além do Distrito Federal. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados.
“As apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”, informou a PF.
No X, antigo Twitter, o advogado Fabio Wajngarten, que representa Bolsonaro, disse que “em cumprimento às decisões de hoje”, o ex-presidente entregará o passaporte às autoridades competentes.