Brasília–DF, 8 de fevereiro — A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Tempus Veritatis para investigar uma organização criminosa acusada de tentar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito. O objetivo do grupo era obter vantagem política, mantendo o então presidente da República no poder.
Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. As medidas incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal e estão sendo cumpridas nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
As investigações indicam que o grupo se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito. O objetivo era viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em uma dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo de atuação do grupo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022. Isso foi feito por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, um discurso que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado. O grupo contou com o apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais.
O Exército Brasileiro está acompanhando o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.