O Menino de Parauapebas


Nas diferentes estações de Parauapebas, onde o sol nasce todas as manhãs, às vezes através da neblina e outras vezes sobre manhãs frias de chuva, havia um menino que corria ligeiro de rua em rua, com jornais debaixo do braço e sonhos no pensamento. Pequeno, ágil, com o sorriso sempre pronto, ele era conhecido por sua voz clara que ecoava pelas esquinas: "Jornal! Últimas notícias!"

Enquanto crescia à sombra das grandes montanhas de minério, ele já sonhava em se tornar grande. Desde cedo, absorveu a importância de cada palavra impressa e, acima de tudo, o poder da informação. Como diz a frase: "Quem tem o saber, tem o poder" — Gilberlan Atrox.

Os dias dele eram repletos de histórias. Conhecia cada rosto da cidade, sabia os segredos das esquinas e ouvia atento as conversas dos adultos sobre política, economia e os desafios de viver em uma cidade em constante transformação. Quando a noite chegava, com as mãos sujas e o cheiro de tinta de jornal, ele se sentava com seu caderninho de anotações, rabiscando ideias, pensamentos e, quem sabe, as primeiras sementes de um futuro diferente para sua terra.

Com o tempo, ele cresceu e, com ele, suas ambições. Deixou para trás o título de "menino do jornal" e se tornou um jovem com ideias novas, aquele que todos começaram a notar. Em vez de vender notícias, ele agora queria ser parte delas. Observando a política local, percebeu que, apesar de a cidade ser rica em recursos, faltavam oportunidades para muitos. Os mesmos rostos ocupavam os cargos públicos há anos, com promessas antigas e soluções que nunca chegavam.


Ele decidiu que era hora de fazer diferente — Com a mesma dedicação de quando corria pelas ruas, ele se lançou na política. Não era mais o garoto com o jornal debaixo do braço, mas o homem que carregava consigo as histórias de Parauapebas, as vozes daqueles que, como ele, cresceram à sombra da riqueza e na luz da esperança.

As pessoas o ouviam como nunca antes. Ele falava com a verdade de quem conhecia cada beco, cada rosto, cada sonho que brotava naquela terra. Prometia mais do que mudanças superficiais; prometia dar voz a quem nunca teve, trazer progresso a quem sempre esperou e, acima de tudo, devolver Parauapebas ao seu povo.

Nas ruas, os murmúrios aumentavam. "Você ouviu o que ele disse?" "Ele tem algo diferente..." "Acho que esse menino vai longe..." E ele, agora um homem, caminhava com confiança, sabendo que cada passo o levava mais perto de realizar o sonho que um dia rabiscou no seu caderninho.

Ele era a prova viva de que sonhos podem nascer nas esquinas mais improváveis e que, com coragem e determinação, até mesmo o menino do jornal pode se tornar o prefeito que a cidade precisa.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem