Acusado de vários crimes e andando com habeas corpus para não ser preso, Tiãozinho Miranda, que mora em Brasília, é quem está por trás de pesquisas falsas que colocam Toni Cunha em vantagem na corrida eleitoral de Marabá. O criminoso tenta interferir no processo
O “defensor” da moral e dos bons costumes ataca outra vez. E com outro tiro na culatra. Toni Cunha (PL), candidato a prefeito de Marabá, achou insuficiente a vergonha que passou na cidade ao divulgar pesquisa sem credibilidade assinada pelo Instituto Ampla, criado dia desses para atender a seus caprichos (relembre aqui https://www.zedudu.com.br/pesquisa-eleitoral-com-o-2o-em-1o-causa-estranheza-e-vira-piada-em-maraba/), e tornou a se empolgar com outras duas sondagens fajutas registradas pelo mesmo instituto, uma no dia 25 e outra no dia 29 de setembro.
Mas quem está por trás de tamanha fantasia do Instituto Ampla, a serviço de Toni Cunha, na tentativa de confundir o eleitor de Marabá?
Segundo o Portal Cidade Atual, um parente distante do atual prefeito de Marabá, Tião Miranda, estaria bancando as pesquisas falsas, de olho nos cofres do município no caso de eventual vitória de Toni Cunha — o que pesquisas sérias realizadas pelos institutos Doxa, Paraná Pesquisas, Acertar e Skala mostram que não vai acontecer.
Sebastião Miranda Neto, conhecido como Tiãozinho Miranda, é o nome da figura e ficou famosinho por associação a diversos crimes em reportagem de veiculação nacional da TV Record em 2022 (veja aqui https://portalcidadeatual.com.br/maraba/saiba-quem-e-o-sobrinho-distante-de-tiao-investigado-pela-policia-federal-que-financia-pesquisas-fakes-de-toni-cunha-em-maraba).
Apontado por investigação da Polícia Federal como membro de uma organização criminosa, ele mora em Brasília, leva a vida como “bon vivant” viajando pelo mundo e, atualmente, tenta interferir no resultado das eleições de Marabá, financiando sondagens que têm virado piada no meio do eleitorado. São tantas as acusações e falcatruas em que se meteu, que ele anda por aí com um habeas corpus para não ser preso.
Ficha de comparsa de Toni Cunha — Dono de dezenas de empresas, Tiãozinho Miranda não aparece oficialmente como proprietário de nenhuma. Esperto, ele deixa tudo registrado em nome do pai, Félix Gonçalves de Miranda, da mãe, Valderez Riveiro de Miranda, do irmão, Sebastião Ribeiro de Miranda, e da irmã, Mariana Ribeiro de Miranda, que acabam “pagando o pato” junto à justiça pelas falcatruas perpetradas por ele.
Apesar do esforço em esconder legalmente as dezenas de empresas, principalmente de comunicação e de mineração, publicamente Tiãozinho gosta de ostentar a pose de "empresário de sucesso". Um exemplo é uma entrevista publicada no ano passado, onde é informado que, aos 16 anos, Tiãozinho Miranda montou a Skorpionet, empresa que está registrada em nome da mãe e da irmã. Trecho do conteúdo diz que essa foi “a primeira de muitas outras” empresas, incluindo a implantação de uma rede de televisão por municípios do Pará e em outros estados, “até ele despertar o olhar para a atividade de mineração”.
A publicação afirma que, apesar dos vários negócios em comunicação, o forte do empresário é a atividade de mineração e é aí que aparecem os maiores problemas. Ao utilizar as empresas para cometimento de crimes, Tiãozinho jogou o próprio pai e o irmão às feras, e os dois chegaram a ser presos ano passado durante operação da Polícia Federal contra a Luz Mineração, em Marabá.
Investigado pela Polícia Federal — A investigação em torno de Tiãozinho Miranda apontou indícios de associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa e advocacia administrativa. Conforme a PF, servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM) atuavam ilegalmente em processos minerários para atender interesses escusos de empresas mineradoras em troca do recebimento de vantagem indevida.
A empresa de Tiãozinho era a beneficiada e possuía características de ser apenas fachada por não estar sediada nos endereços cadastrados, não possuir frota de veículos e não possuir vínculos empregatícios registrados, segundo a investigação. Apenas contra Sebastião Ribeiro Miranda a reportagem localizou 20 processos, a maioria movido na Justiça Federal em diferentes cidades do Pará e em outros estados.
Se Toni Cunha é delegado da Polícia Federal e não se envergonha em desmoralizar a instituição à qual pertence, se unindo a pessoas investigadas por ela, por que teria escrúpulos em não arrastar uma corja com ele para dentro da prefeitura de Marabá?
Com a palavra, o dito pregador da moral, da honestidade e do combate ao crime e aos criminosos.