Irmão de vítima é o principal suspeito em duplo homicídio em Jardinópolis; polícia busca cúmplices |
A Polícia Civil de Jardinópolis, interior de São Paulo, investiga as circunstâncias e possíveis cúmplices no duplo homicídio ocorrido na manhã do dia 30 de outubro de 2024, no qual o empresário Rogério Salomão, de 57 anos, e sua advogada, Lilian Cláudia Jorge, de 50, foram brutalmente assassinados a tiros dentro de um galpão de supermercado desativado na cidade. O principal suspeito do crime é o irmão de Rogério, Carlos Salomão, que até o momento permanece foragido.
De acordo com as informações iniciais da investigação, o encontro entre as vítimas e Carlos visava discutir questões de herança que envolvem os bens da família, que detém uma rede de supermercados e imóveis na região. Segundo os investigadores, o desentendimento sobre os termos da divisão dos bens teria desencadeado uma série de disparos, ceifando a vida de Rogério e Lilian no local.
O uso de duas armas é um dos elementos que intriga as autoridades. A análise balística revelou que 14 cápsulas deflagradas foram encontradas no galpão e são provenientes de duas armas diferentes, o que aponta para a possibilidade de participação de uma segunda pessoa no crime. A polícia agora concentra seus esforços em apurar a possível presença de cúmplices, inclusive na ajuda à fuga do suspeito Carlos.
Além disso, as autoridades também investigam outros membros da família, considerando que, nas horas seguintes ao crime, Diego Salomão, outro irmão das vítimas e suspeito, foi preso após se envolver em um acidente de trânsito. Diego foi liberado após prestar depoimento, no qual negou qualquer participação nos homicídios. Esse histórico complexo da família Salomão, envolvida em disputas judiciais e investigações criminais anteriores, incluindo uma prisão recente de Márcio Salomão Júnior, irmão dos envolvidos e acusado de chefia de organização criminosa especializada em roubo de cargas, sugere que o caso possa envolver múltiplas camadas de conflito familiar e questões de caráter patrimonial.
Com o caso sendo tratado como duplo homicídio, a polícia realiza diligências e analisa imagens de câmeras de segurança nas proximidades do galpão para identificar outros envolvidos e obter mais detalhes sobre a dinâmica do crime. A materialidade do crime e a apreensão dos veículos das vítimas indicam que o trabalho pericial é central para esclarecer os detalhes e motivação.
Diante da gravidade do caso, o crime é classificado como homicídio doloso qualificado, especialmente considerando o planejamento e a possível premeditação. No caso de duplo homicídio qualificado, as penalidades previstas são as seguintes:
— Código Penal (CP) — Art. 121, § 2º: O homicídio qualificado pode ser aplicado em situações onde o crime é cometido por motivo torpe, fútil, ou com a utilização de meio que dificulte a defesa da vítima. Para o caso em questão, o motivo de disputa patrimonial e a execução dentro de um ambiente fechado, que dificultaria a fuga, indicam qualificadoras, o que aumenta a pena.
— Pena: A pena para homicídio qualificado é de reclusão, com uma duração que varia de 12 a 30 anos por vítima, e em casos de duplo homicídio a pena pode ser aplicada em regime cumulativo, resultando em penas severas.
— Código de Processo Penal (CPP) — Art. 312: Prevê a decretação de prisão preventiva nos casos onde há indícios de fuga e risco à ordem pública. No caso, Carlos Salomão está foragido, o que justificaria a prisão preventiva e reforça a necessidade de captura.
Se comprovada a participação de cúmplices, os envolvidos poderão responder como coautores ou partícipes, conforme estabelece o Art. 29 do Código Penal, que considera a pena no mesmo nível daqueles que, de alguma forma, concorreram para o resultado do crime.