PF prende policiais e militares por plano de golpe e assassinato de Lula, Alckmin e Moraes

Kids pretos presos pela PF: Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes — Foto: Arquivo pessoal e Eduardo Menezes/SG/PR


Polícia Federal prende militares e policial por plano de golpe contra Lula, Alckmin e Moraes. Conspiração incluía assassinatos e atentado à democracia.


A Polícia Federal (PF) realizou, nesta terça-feira (19), a operação Contragolpe, desarticulando um grupo criminoso acusado de planejar um golpe de Estado e o assassinato de autoridades políticas do Brasil. Entre os alvos estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O plano, denominado Punhal Verde e Amarelo, seria executado em dezembro de 2022, antes da posse presidencial.


As investigações revelaram que o grupo pretendia assassinar as lideranças, instalar uma junta militar e abolir o Estado Democrático de Direito. Entre os detidos estão cinco suspeitos: quatro militares das Forças Especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos", e um policial federal. São eles:

— Mário Fernandes, general de brigada reformado e ex-assessor do governo Bolsonaro;
— Helio Ferreira Lima, tenente-coronel;
— Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins de Oliveira, ambos majores do Exército;
— Wladimir Matos Soares, policial federal.

As prisões foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre atos antidemocráticos, e realizadas em diferentes estados. Parte das prisões ocorreu no Rio de Janeiro, onde dois dos suspeitos atuavam na segurança do G20.

A investigação revelou que os conspiradores monitoravam os alvos, especialmente o ministro Moraes, planejando sua prisão e execução. O material analisado veio de aparelhos eletrônicos apreendidos em operações anteriores, como os dispositivos do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dados restaurados desses aparelhos apontaram para o planejamento do golpe, incluindo mapas estratégicos e comunicações internas.


Os investigados foram enquadrados em diversas infrações penais, previstas no Código Penal Brasileiro e em legislações complementares, como:

1. Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito
— Art. 359-L do Código Penal: Tentar abolir o Estado Democrático de Direito, com pena de 4 a 8 anos de reclusão e multa.

2. Golpe de Estado
— Art. 359-M do Código Penal: Depor, com violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído, com pena de 4 a 12 anos de reclusão.

3. Organização Criminosa
— Lei nº 12.850/2013, Art. 2º: Promover ou integrar organização criminosa, com pena de 3 a 8 anos de reclusão, agravada pelo uso de funções públicas.

4. Tentativa de Homicídio Qualificado
— Art. 121 do Código Penal: Tentativa de assassinato com qualificadoras, como motivo torpe e premeditação, com pena de 12 a 30 anos de reclusão.

5. Associação Criminosa
— Art. 288 do Código Penal: Formação de associação para a prática de crimes, com pena de 1 a 3 anos de reclusão, agravada pelo envolvimento de agentes públicos.

6. Ameaças e Conspiração
— Art. 147 do Código Penal: Fazer ameaças graves, com pena de até 6 meses de detenção ou multa.

A operação destaca a gravidade das ameaças à democracia brasileira e o papel das instituições no enfrentamento de crimes contra o Estado Democrático de Direito. O caso segue sob investigação, com a possibilidade de novas prisões e indiciamentos. A sociedade acompanha com atenção o desdobramento do inquérito, que busca responsabilizar os envolvidos e evitar novas ameaças ao sistema democrático.

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