O Monumento das Castanheiras Mortas, localizado às margens da BR-155, em Eldorado do Carajás, no estado do Pará, é um dos marcos mais significativos da luta pela justiça social e pelos direitos humanos no Brasil. Inaugurado em 1999, o monumento homenageia os 21 trabalhadores rurais assassinados em abril de 1996 durante o Massacre de Eldorado do Carajás, um dos episódios mais trágicos da violência no campo brasileiro.
O monumento foi concebido com castanheiras queimadas dispostas no formato do mapa do Brasil, simbolizando as vítimas do massacre. Cada árvore representava uma vida perdida, transformando o monumento em um poderoso símbolo de resistência e memória histórica. Localizado às margens da BR-155, o local se tornou um ponto de reflexão para aqueles que lutam pelos direitos dos trabalhadores rurais e pelo acesso à terra.
A obra, embora simbólica, também serve como um alerta sobre as questões agrárias no Brasil e a necessidade de preservar a memória das vítimas de violências no campo. Com o passar dos anos, o monumento sofreu danos, colocando em risco seu significado e a preservação da memória histórica.
O Ministério Público Federal (MPF) tem se mobilizado para garantir a preservação do Monumento das Castanheiras Mortas. Em uma recomendação recente, o MPF destacou a importância do monumento como um símbolo de luta pelos direitos humanos e a necessidade de restaurá-lo para que continue a cumprir seu papel educativo e de alerta. O MPF sugeriu que o governo do Pará e a União adotem medidas concretas para proteger a obra e garantir o acesso público ao local.
Além de ser um marco de memória, o Monumento das Castanheiras Mortas também representa uma luta contínua por justiça social. A preservação do monumento é fundamental para que as futuras gerações compreendam a importância do Massacre de Eldorado do Carajás e a persistente luta dos movimentos sociais por direitos humanos no Brasil. É uma lembrança constante da necessidade de lutar contra a impunidade e a violência, e de defender o direito à terra para os trabalhadores rurais.
Embora o Monumento das Castanheiras Mortas tenha sido reconhecido como patrimônio cultural, ele enfrenta desafios significativos para sua preservação. A falta de recursos para a manutenção e a negligência por parte das autoridades públicas têm comprometido a estrutura da obra. O MPF tem reforçado a urgência de ações para evitar a degradação do monumento e garantir que ele continue sendo um símbolo de luta e memória.
A preservação do Monumento das Castanheiras Mortas é respaldada por diversas leis de proteção ao patrimônio cultural no Brasil. Dentre elas, destacam-se:
- Lei nº 11.904/2009 – Regula o Sistema de Gestão do Patrimônio Cultural de Natureza Material e Imaterial, com foco na preservação de bens culturais.
- Constituição Federal de 1988 – Art. 216, que define o patrimônio cultural brasileiro e estabelece a responsabilidade do poder público e da sociedade na sua preservação.
- Lei nº 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais, que protege bens culturais de atos de vandalismo e destruição.
- Decreto nº 3.551/2000 – Dispõe sobre a proteção do patrimônio cultural e a criação do Sistema Nacional de Cultura, que inclui monumentos históricos de relevância social.
Essas legislações garantem que o Monumento das Castanheiras Mortas seja tratado como um patrimônio cultural, com a responsabilidade do Estado em proteger e conservar o local para as gerações futuras.
O Monumento das Castanheiras Mortas continua a ser um símbolo de resistência e memória, não apenas para as vítimas do Massacre de Eldorado do Carajás, mas para todos os que lutam pelos direitos dos trabalhadores rurais e pela justiça social. A preservação desse monumento é uma responsabilidade coletiva que envolve tanto o poder público quanto a sociedade civil.
Com a ameaça de destruição do monumento, é urgente que medidas sejam tomadas para garantir sua restauração e proteção, assegurando que a memória das vítimas e a luta pela justiça continuem vivas. O Monumento das Castanheiras Mortas deve ser preservado como um símbolo de luta que representa a história da resistência no Brasil.