Polícia prende advogados e fecha ONG suspeita de apoio ao PCC em Sorocaba

Operação Scream Fake suspende ONG envolvida com PCC e identifica novo setor da facção; cinco suspeitos são presos no Oeste Paulista — Foto: Polícia Civil

No dia 14 de janeiro de 2025, a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado de São Paulo deflagraram a operação "Scream Fake" (Grito Falso, em tradução livre), visando desmantelar um esquema criminoso associado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação resultou na prisão de 12 indivíduos, incluindo três advogados, e na suspensão das atividades de uma Organização Não Governamental (ONG) suspeita de colaborar com a facção.

As investigações, que se estenderam por aproximadamente três anos, tiveram início após a apreensão de mídias externas com uma visitante na Penitenciária II de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. A análise desse material revelou a existência de setores específicos dentro da facção, denominados "Setor dos Gravatas", "Setor da Saúde" e "Setor da Financeira", cada um com funções distintas no apoio às atividades ilícitas do PCC.

O "Setor dos Gravatas" era composto por advogados que, além de suas funções jurídicas, gerenciavam o "Setor da Saúde". Este último recrutava médicos e dentistas para fornecer atendimentos particulares e exclusivos a membros de destaque da facção, custodiados em unidades prisionais como a Penitenciária II de Presidente Venceslau e o Centro de Readaptação Penitenciária. Os pagamentos por esses serviços eram realizados pelo "Setor da Financeira", utilizando recursos ilícitos da organização criminosa.

Uma descoberta significativa da operação foi a identificação de um novo núcleo dentro da facção, denominado "Setor das Reivindicações". Este setor promovia ações judiciais fraudulentas, manifestações públicas desvirtuadas e denúncias infundadas, com o objetivo de desestabilizar o sistema de justiça criminal e manipular a opinião pública contra o poder estatal. A ONG Pacto Social & Carcerário S.P., sediada em São Bernardo do Campo, foi identificada como instrumento utilizado por este setor para justificar ataques a agentes públicos e disseminar denúncias infundadas.

A operação "Scream Fake" foi realizada em diversas cidades, incluindo São Paulo, Sorocaba, Presidente Prudente, Flórida Paulista, Irapuru, Presidente Venceslau, Ribeirão Preto, Guarulhos e Londrina. Além das prisões, as autoridades cumpriram 14 mandados de busca e apreensão domiciliar, suspenderam as atividades da ONG envolvida e removeram suas redes sociais do ar.

As autoridades destacaram que a facção criminosa tem se infiltrado na sociedade civil organizada, apropriando-se de discursos politizados para promover seus interesses ilícitos, em detrimento das instituições constituídas e da sociedade em geral.

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