Prefeito de Santa Quitéria, investigado por ligação com facção criminosa, é preso antes de assumir cargo; filho assume prefeitura

Prefeito reeleito de Santa Quitéria, Braguinha foi preso pela Polícia Federal antes de tomar posse para o segundo mandato — Foto: Reprodução
Prefeito reeleito de Santa Quitéria, Braguinha foi preso pela Polícia Federal antes de tomar posse para o segundo mandato — Foto: Reprodução

O prefeito reeleito de Santa Quitéria, José Braga Barrozo (PSB), conhecido como Braguinha, foi preso pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Ceará na tarde desta quarta-feira (1º), pouco antes de tomar posse para seu segundo mandato. A prisão do político acontece em meio a uma investigação conduzida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que aponta um suposto envolvimento de Braguinha com o Comando Vermelho, uma facção criminosa de origem carioca.

A facção seria responsável por apoiar a campanha de Braguinha nas eleições municipais de 2024, por meio de práticas ilícitas como coação eleitoral, compra de votos e intimidação violenta de eleitores e adversários. A ação criminosa comprometeu a integridade do pleito, com acusações de ameaças de morte, incêndios em casas e danos a veículos. De acordo com investigações, até mesmo servidores municipais estariam envolvidos, com relatos de que, em julho de 2022, dois deles viajaram até o Rio de Janeiro para entregar um veículo a traficantes ligados à facção.

Após a prisão de Braguinha, a Câmara de Vereadores de Santa Quitéria elegeu, por 7 votos a 6, a chapa liderada pelo vereador Joel Barroso para compor a nova Mesa Diretora. Joel, filho de Braguinha, assumiu a prefeitura de forma interina, após a Justiça Eleitoral afastar tanto o prefeito quanto o vice-prefeito eleitos.

Em um pronunciamento oficial, a vice-presidente da Câmara, Dra. Emanuela Barbosa, justificou a posse de Joel Barroso, afirmando que a decisão da Justiça Eleitoral deu sequência ao rito de sucessão legal para ocupação do cargo de prefeito do município.

O vice-prefeito Francisco Gardel Mesquita Ribeiro, conhecido como Gardel Padeiro, também é alvo da investigação, mas não chegou a ser preso. O MPE já pediu a cassação de Braguinha e Gardel, além da inelegibilidade de ambos por oito anos.

Em sua defesa, o prefeito e o vice-prefeito negaram as acusações, alegando que as acusações na mídia são orquestradas por grupos que não aceitaram a derrota nas eleições.

A Polícia Federal informou que mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em ações que visam combater o esquema de corrupção envolvendo facções criminosas. A matéria será atualizada assim que houver mais informações ou contato com a defesa de Braguinha.

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